terça-feira, agosto 07, 2012
Curiosity


Cabo Canaveral, Flórida, 26 de Novembro de 2011, 10:02 a.m., é lançada a Mars Science Laboratory, Curiosity Rover.
Marte, 6 de Agosto de 2012, do solo do planeta vermelho chegam os primeiros instantes visuais, depois de uma viagem de 570 milhões de quilómetros desde a Terra.
O Curiosity é o “primeiro laboratório de ciência móvel”, são 1000 kg de inteligência artificial que vão dedicar-se à procura de vestígios de vida.
Sempre que uma máquina humana desbrava o desconhecido - e são mais de 50 anos de missões a Marte - o homem redescobre-se. Podemos acusar que há muito desperdício nestas realizações lunáticas, mas a verdade que não podemos simplesmente ficarmos presos ao céu da Terra como se não houvesse um universo por conquistar. Os Antigos inventaram a mitologia, nós vivemo-la na realidade. A maior loucura dos deuses é a ousadia dos homens.

Fontes: NASA.

 
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sexta-feira, julho 13, 2012
O boné espacial

A imagem é exagerada, mas a mensagem é importante. O Planeta está rodeado de detritos tecnológicos. São cinquenta anos de lixo, para que hoje pudéssemos falar ao telemóvel, ver televisão e pesquisar no Google Earth. Quem criou este avanço além-atmosfera tem a responsabilidade moral de limpar este problema.
John F. Kennedy, o principal impulsionador da corrida espacial americana, contava a história da criança que atirava o boné para o outro lado do muro, para vencer um obstáculo que parecia intransponível. Os EUA acabariam por lançar o boné para o outro lado do muro espacial. E agora temos de reciclar o boné.
É o que vai fazer a Agência Espacial Europeia. Parabéns, ESA!
 
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terça-feira, julho 03, 2012
Rio -92 e Rio +(nada)



Os números de Rio+20 foram gigantescos: 180 países representados; 130 chefes de Estado e de Governo; 50 mil convidados oficiais.

Os resultados foram, todavia, decepcionantes ("The Future We Want"). A Cimeira que terminou dia 22 de Junho foi uma mão cheia de nada. Nem sequer de muita vontade.

Mas como temos que procurar sempre o lado positivo em todos os momentos, acrescentaria que o sinal mais veio da divulgação mediática de um encontro que, no mínimo, possa ter contribuído para acordar (e abanar) as consciências humanas para as questões ambientais. Ao lado da nossa porta, dentro da nossa casa, no nosso bairro, na nossa aldeia ou cidade.

Um colunista de “The Guardian”, George Monbiot, referiu-se ao “maior fracasso da liderança colectiva desde a Primeira Guerra Mundial”. Conclusão exagerada? Não! É mais fácil formar uma coligação de guerra do que um consílio dedicado ao ambiente e ao fim da fome com passos fimes.

Sei que, mais tarde ou mais cedo, as gerações vindouras irão fazer o juízo correcto sobre o rasto deixado pelas gerações que antecederam. E espero que não saia daí nenhuma maldição.

No vídeo, Severn Cullis-Suzuki, a menina canadiana do grupo ambientalista Environmental Children's Organization (ECO), do alto dos seus 12 anos, que na Rio-92, tentou alertar os líderes mundiais – políticos, empresários, jornalistas, "os pais, irmãos e filhos" - para a destruição irresponsável do Planeta.

 
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domingo, junho 10, 2012
Síria em sangue
É inaceitável que a Rússia e a China continuem a "pactuar" com o genocídio na Síria. Sabemos que os Estados não têm posições humanas, movem-se por interesses. Mas como? Todos os dias, em que cada semana que passa, mês após mês, o regime criminoso de Bashar al-Assad mata os filhos, dizima o seu povo. 
Do Ocidente, condenar não chega; é preciso que os estados deste lado do Mundo evitem que o banho de sangue chegue a um caso de barbárie memorável, um clamoroso ponto negro da história contemporânea. 
A tragédia síria é o melhor exemplo da paralisação da ONU. Uma instituição que já não serve a paz nem os princípios da humanidade. 
 
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sexta-feira, junho 01, 2012
We cannot allow that Greece leave the monetary union

Petição disponível aqui.

Nós, cidadãos europeus, não podemos consentir que a Grécia abandone de forma unilateral ou seja convidada, de forma ordenada, a sair da moeda única.
Nós, cidadãos europeus, desafiamos a Alemanha e o povo alemão a mostrarem ao Mundo que querem que a Grécia continue a integrar a Zona Euro.
Nós, cidadãos europeus, no respeito da soberania política do povo grego, apelamos, também, ao sentido de responsabilidade dos eleitores da Grécia no dia 17 de Junho.
Temos a convicção inequívoca de que há uma solução para esta crise financeira, económica, monetária, social e identitária, e devemos encontrar, com boa fé e determinação, um modelo que permita assegurar a continuidade e o sucesso da União Económica e Monetária. Com a Grécia. Com os actuais 17 membros da zona euro. Com o empenho frontal dos restantes 10 Estados.
Podemos conjecturar os cenários que quisermos, mas há um quadro que não podemos afastar: estará em causa a continuidade da Europa se a Grécia ficar de fora do euro.
Supor que a saída da Grécia da Zona Euro é uma solução aceitável, um simples mal menor, é tão-só negligenciar as consequências de uma decisão que traria, inevitavelmente, efeitos trágicos e um contágio incontrolável, não apenas do ponto de vista financeiro, mas sobretudo, no plano político e social.
Pensar que dando um passo atrás, isso permitirá mais tarde avançar, é, no mínimo, brincar com o fogo. A amputação de um braço ou de uma perna não é suficiente para salvar o corpo e há riscos que valem a pena correr para salvarmos o projecto europeu.
Na Declaração de Schuman, de 9 de Maio de 1950, ficou expresso: “Por não termos realizado a Europa, sofremos a guerra”. Queremos agora atravessar a fronteira da loucura, e limitarmo-nos a assistir à erosão da União Europeia? Acaba-se a Europa de “realizações concretas” e que durante mais de meio século conseguiu sarar feridas, viver em paz e aproximar povos.
Todos os Estados-Membros têm o dever de agir em defesa do interesse de toda a União.
A Europa não precisa de mais muros da vergonha e de desconfianças doentias: queremos o reforço do federalismo europeu, se tal for necessário, para preservamos a paz e a saudável convivência entre seres humanos do nosso Continente.
Contra a desconfiança, propomos a entrega.
Contra o egoísmo, oferecemos a coragem solidária.
Contra a cegueira do dinheiro, estendemos a partilha de riscos.
A Europa não precisa de um plano, mas de uma estratégia.
A Europa não necessita de um líder, mas do aprofundamento das raízes democráticas.
A Europa não carece de um milagre, mas da acção imediata das instituições que sustentam o projecto europeu.
A Europa é a vontade dos povos europeus.
A Europa é uma comunidade política, social e humana, e não uma arquitectura financeira entre credores e devedores.
Acima da retórica, que em Ortega Y Gasset constitui o cemitério das realidades humanas, e perante este drama do nosso tempo alimentado de contínuas incertezas entre fronteiras, nós, cidadãos europeus não podemos baixar os braços e apelamos à memória e ao bom senso de todos, em especial dos decisores com o poder de mudar o curso da história.
Marco Faria


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(versão em língua inglesa)
TO:
The President of the European Commission, His Excellency Mr José Manuel Barroso,
The President of the European Parliament, His Excellency Mr Martin Schulz,
The Euro Group President, His Excellency Mr Jean-Claude Juncker,
The President of the European Central Bank, His Excellency Mr Mario Draghi,
The President of the Hellenic Republic, His Excellency Mr Karolos Papoulias,
The Chancellor of Germany, His Excellency Mrs Angela Merkel,
The leaders of Austria, Belgium, Bulgaria, Cyprus, the Czech Republic, Denmark, Estonia, Finland, France, Hungary, Ireland, Italy, Latvia, Lithuania, Luxembourg, Malta, the Netherlands, Poland, Portugal, Romania, Slovakia, Slovenia, Spain, Sweden, and the United Kingdom
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We, the citizens of Europe, we cannot allow that Greece - either unilaterally or politely invited – leave the monetary union.
We, the citizens of Europe, we defy Germany and the Germans to tell the world they want Greece to stay in the Euro Zone.
We, the citizens of Europe, regarding the political sovereignty of the Greek people, we appeal to the sense of responsibility of the Greek electorate next June, 17th.
We are convinced that there is a clear solution to this financial, economic, monetary, social and identity crisis, and we must find a model that will guarantee the continuity and success of the economic and monetary union. With Greece included. With the current 17 members of the euro zone. And with the strong commitment of the remaining 10 states.
We can build the scenarios we want but there is a situation we cannot rule out: the continuity of Europe is at risk.
To assume that the acceptable solution for Greece will be leaving the Eurozone is to be negligent towards the fact that the consequences of this decision would end up in an inevitable monetary, political and social European epidemic.
Thinking that by taking a step back things will get better is playing with fire. The amputation of an arm or a leg is not enough to save the whole body, and there are risks worth taking in order to save the European project.
The Schuman Declaration of 9th May 1950, stated: “A united Europe was not achieved and we had war”. Are we now willing to cross the border of madness and simply watch the erosion of the European Union? It is the end of the Europe of “concrete achievements” that for more than half a century lived in peace and brought people together.
All member states have the duty to act in defense of the interests of the whole Union.
Europe does not need more walls of shame and sick distrust: if necessary, we want the strengthening of European Federalism to preserve peace and healthy coexistence between the human beings of our Continent.
Against suspicion, we want commitment.
Against selfishness, we offer courageous solidarity.
Against the blindness of money, we promise to share the risks.
Europe does not need a plan, it needs a strategy.
Europe does not need a leader, it needs to deepen the democratic roots.
Europe does not need a miracle, but the immediate action of the institutions that support the European project.
Europe is the will of the peoples of Europe.
Europe is a political, social and human community, and not a simple financial architecture between creditors and debtors.
Beyond the rhetoric - which Ortega y Gasset defines as the cemetery of human realities -, and before this continuous drama of uncertainties across borders, we as European citizens cannot lower our guard, and therefore we call on the memory and common sense of all the citizens, especially the decision-makers that have the power to change the course of History.


 
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sábado, maio 12, 2012
Terra-Mãe


É aqui que nascemos, é aqui que morremos, é aqui que... 
A bola azul gravita como um berlinde multicolor. 
Ver o lugar onde cumprimos o ciclo da vida - em certa medida, um jogo infantil -, é uma pausa para pensarmos: 
acontece desta forma?
O satélite meteorológico Electro-L, da Agência Espacial russa, Roscosmos, capta o silêncio do Universo. 
E os deuses são interrompidos pela curiosidade humana.
No ano de 2012, mera fracção dos tempos, é quando
dá vontade de levar para casa... a Terra.

Fonte: Yahoo.
 
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domingo, maio 06, 2012
Hollande


Não era muito difícil de prever esse desfecho. No campo das probabilidades, eram 50/50. E assim foi, Sarkozy perdeu as Presidenciais francesas, 6 de Maio de 2102. Hollande é o senhor que se segue. 
Sarkozy só se pode queixar do seu mandato demasiado desastroso. Deixar-se levar pelo braço alemão e com os problemas caseiros por resolver... "c' est fini".
Mas quem pensa que Hollande vai dar muitos murros na mesa e pôr a França a respirar competitividade e crescimento está profundamente enganado. A França depende de uma vontade muito sentida por todos os Estados em "refundar o projecto europeu". A França está parada no tempo, e deixou-se "ingovernar". Mais. A verdadeira arte e grandeza dos socialistas é saber destruir, e assobiar para o lado. 
Oxalá o novo inquilino do Eliseu nos tire do buraco em que estamos, mas parece-me que irão cavar muitos metros até que os povos europeus assumam, pelas suas mãos, o trabalho que os seus líderes não se mostram capazes de fazer.


 
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