terça-feira, dezembro 27, 2011
Península Ibérica

É a Península mais familiar aos ibéricos. Visto dos céus os pontos luminosos e o contraste entre os watts e o escuro. Parece um lugar cheio de vulcões e com correntes de magma a jorrar. Obrigado, NASA!

Fonte: JN.

Etiquetas:

 
Lavrado por diesnox at terça-feira, dezembro 27, 2011 | Permalink | 1 Comentários extraordinários
quinta-feira, dezembro 01, 2011
A Europa do desastre


Foram décadas a pensar e construir uma Europa que no espaço de meio século foi palco de duas inaceitáveis guerras mundiais. Juntar chefes de Estado à volta de uma mesa, quando a linguagem que dominavam eram balas, canhões e desconfiança entre trincheiras, foi um feito poderoso e assinalável. Em memória e silêncio, devemos agradecer aos pais da União Europeia a generosa dádiva que nos trouxeram: de vivermos em paz, sem medos e com o prato cheio de alimento e muitas esperanças. Podíamos falar no sonho europeu ao alcance de qualquer cidadão. A Europa avançou a passos – ora de caracol, ora de lebre – mas todas as dificuldades eram suplantadas.
Sessenta anos exactos após a assinatura do Tratado de Paris, que estabeleceu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, vivemos um período que nada tem de indefinido. É o retrocesso firme, o reino da Comunidade Europeia da Loucura e da Tecnocracia Podre. A Europa recente não é só uma réplica de lideranças atávicas e medíocres. É um lugar onde as conquistas morrem todas tardes em que os mercados financeiros acumulam perdas e os juros dos leilões das dívidas soberanas disparam. No fundo, só havia Europa de mercadorias e de capitais. Esqueceram-se da união política, da estratégia de defesa e da racionalidade orçamental e fiscal. Podem fazer os discursos e os apelos de intenções que quiserem, até culpar os abutres distantes e anónimos do dinheiro, porque esta já não é apenas uma crise do casal Merkel/Sarkozy, é uma tremenda bomba relógio nas nossas consciências, porque os outros 25 estados assim o permitiram.
A chanceler age ao estilo de um povo, que pode bem ser o português: acredita que salvará a União “in extremis”, desenrascando uma solução panaceica no final. Não se pode culpar o Banco Central Europeu do estado da União, porque durante anos facilitou aos consumidores o acesso ao crédito barato e sem choques inflacionistas (é estranho a Alemanha temer o descontrolo nos preços quando Frankfurt até já mostrou que sabe alguma coisa nesta matéria).
Quando quiserem contar a história da União Europeia, tudo se resumirá a meia dúzia de páginas impossíveis: a moeda única acabou, porque a Europa era um projecto de interesses vagos e de lideranças desastrosas. No absoluto desastre político e económico que aí temos, está para nascer uma geração inteira que há-de pagar os seus erros.

 
Lavrado por diesnox at quinta-feira, dezembro 01, 2011 | Permalink | 0 Comentários extraordinários