quarta-feira, janeiro 31, 2007
Juramentos
Devem os jornalistas acabar com o segredo das fontes - princípio aliás protegido pelo Estatuto do Jornalista - só porque a sociedade possa ter um entendimento diferente?

Devem os médicos alterar a sua posição face ao aborto e à vida, consagrada no seu código deontológico, apenas porque a sociedade possa vir a querer liberalizar o aborto?
 
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segunda-feira, janeiro 29, 2007
gigantic

drift!!!!
 
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A pergunta
A pergunta do TC:

«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

Aquilo que transparece:

É a favor da liberalização do aborto, manifestamente legalizando-o, e atribuindo-se a exclusiva importância à decisão da mulher, marginalizando-se o homem de todo e qualquer juízo no processo inicial da gravidez, podendo a mulher, nas primeiras dez semanas - sendo que mais um dia, uma hora, um minuto, um segundo, equivalerá a um crime punível até três anos de prisão -, recorrer a um hospital parceria público-privado, ou a uma clínica privada?
 
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Há talento aqui?

 
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... Aqui talento há...
 
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Aqui há talento...
 
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sexta-feira, janeiro 26, 2007
Lambada
Kaoma - Lambada

Era um puto quando vi e ouvi este clip, na RTL (nessa altura, ainda era possível captar os canais de TV estrangeiros, com uma antena vulgar - a era das TV`s e das rádios pirata).
 
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terça-feira, janeiro 23, 2007
Um mistério, um voto consciente
O aborto é uma coisa má (todos concordam).

Há, pois, três opções (nada lineares, mas complexas), para quem se depara com uma gravidez indesejada: a futura mãe e pai assumem a gestação; ambos pedem auxílio a alguma instituição, a quem deixarão o encargo do bebé nos primeiros tempos; simplesmente, decidem interromper o curso natural dos acontecimentos e incorrer na pena prevista.

A primeira hipótese é sempre mais fácil de concretizar quando os familiares (normalmente ascendentes) intervêm, predispondo-se a dar todo o apoio aos pais e ao bebé.

A terceira é evitável por causa da segunda hipótese.

Passo a explicar, com exemplos claros. A Ajuda de Berço é uma instituição que «acolhe crianças dos 0 aos 3 anos, necessitadas de protecção urgente, face a situações que as coloquem em risco, tais como maus tratos, abusos sexuais, pais alcoólicos ou toxicodependentes, prostituição, falta de lar ou abandono» (o resto da missão, está disponível em http://www.ajudadeberco.pt). Certamente que nem todo o país estará coberto por pessoas colectivas que protejam as crianças nos primeiros passos de vida. Ora cabe ao Estado-cobrador dos nossos impostos, às instituições, à família, aos amigos e aos próprios envolvidos cumprirem com as suas responsabilidades cívicas ou humanas. Se o não fizeram antes da concepção, que o façam depois.

Não aceito o argumento de que o aborto é uma forma de evitar que crianças indefesas venham ao mundo para serem abandonadas. O argumento não me convence. É um raciocínio demasiado simples. Porque crianças mal tratadas vão existir sempre, com ou sem despenalização.

A ignorância não serve para justificar uma gravidez indesejada. Numa sociedade tão moderna com métodos de contracepção tão diversificados e avançados como os que existem, as surpresas podem ser anuladas. Porque não há motivos para se não se saber o mínimo sobre um método de contracepção eficaz e para o adquirir.

Não acolho ainda o argumento de que a lei não presta, porque há tantos excessos e tantas infracções que se cometem nos nossos dias e não é por isso que se devem mudar as regras. As leis existem e vão ser sempre desrespeitadas. A ponderação é mais vasta e, por isso, é que existe a Justiça.

Aprovar o referendo significa tão-só encarar a liberalização como uma fatalidade, mera inevitabilidade. Nada mais contrário.

A todos que manifestam a sua insatisfação por nada se ter feito desde o primeiro referendo, eu pergunto: e o que fizeram eles?

Uma mulher que comete aborto deve incorrer numa pena até três anos de prisão? Deve, se o fez sem ponderar toda a situação. Obviamente, se foi abandonada pela família, marginalizada pelo companheiro, ostracizada pela sociedade civil e ignorada pelo Estado, não deve, de forma alguma, ser incriminada. Mas se uma mulher engravidou e unicamente recorreu ao aborto como solução para um problema imediato, deve estar preparada para o risco de ir parar à cadeia (aliás, até entendo que devia haver extensão de responsabilidade. Se a concepção é de ambos, os dois devem incorrer na pena prevista pelo crime cometido. A lógica parece-me sensata).

Aceitar a despenalização IVG nas primeiras dez semanas, mais que uma questão de datas de gestação ou de dignidade para as mulheres é uma questão de mistérios entre o homem e mulher que a própria razão desconhece (chame-se feto, criança concebida mas não nascida, pessoa, ser humano, o que quer que se chame, e esse mistério merece ser salvaguardado em todas as dimensões).

Por isso: «Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?» Não, não concordo. Nem nas primeiras dez semamanas. Nem entendo que a opção seja só da mulher. Sobre o resto da pergunta do Tribunal Constitucional (TC), nem sequer me pronuncio, porque é demasiado redondo para português ler.
 
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segunda-feira, janeiro 22, 2007
2007... ou a estranha forma de prever a existência humana
apesar de parecer que já estamos quase em 2008 (i wish) a verdade é que ainda mal entrámos em 2007. ou seja se não fosse pelo 31 de dezembro, nem nos apercebíamos que o tempo passa. alguma maldição de carácter mítico greco-latino, para alguns... zeus e apolo a brincarem aos deuses todo poderosos sem terem a mínima consciência das drásticas consequências para os comuns e frágeis mortais. para outros, uma bendição metafísica amplamente aplaudida por seguidores de einstein e de outros personagens relativos… ilusos e sôfregos de novas histórias.
é dentro destas características inerentes aos corpos, aos anticorpos, e de vez em quando ao éter… falo de tempo e espaço… que nasce um quadro que todos os anos influencia a nossa existência. o horóscopo. os astros… em áfrica o sangue de galinha, no brasil as conchas, nas urbes mais cosmopolitas a borra do café, e nas tribos canibais da austrália os ossos do pequeno-almoço (o elemento mais gordo da família). na china funciona por animais: é o ano do porco. com um ano destes e um quinto da população mundial o resultado não pode ser brilhante… nem a prova do algodão nos salva.
sem acreditar muito naquilo que os astros nos reservam, sou daqueles que quase todos os anos leio a perspectiva anual. há toda uma panóplia (adoro esta palavra) de publicações que dedicam milhares de árvores a estas coisas. mas nos últimos 2 anos não o fiz. o futuro era demasiado óbvio para andar a confirmá-lo por revistas de meia tigela. até que este ano resolvi voltar a fazer. convenhamos nunca a coisa esteve tão disputada… milhares de possibilidades, e os desejos nem sempre se tornam realidade. resolvi consultar os magos! primeiro pensei em kusolo, mandinga e o todo poderoso grande doutor africano kamimbulosoli… entre patas de coelho, olhos de mosca (imaginam conseguir separar os milhares de olhos que as moscas têm?) sangue de rato e pelos púbicos da avó… o orçamento só para adivinhar no que estava a pensar era demasiado. também não tive oportunidade de ouvir as sábias palavras de paulo cardoso com aquele olhar de quem sacou a informação ao mesmíssimo espírito de joão paulo II e sob uma forte tortura psicológica.
assim que resolvi consultar os feiticeiros mais actuais, modernos e acessíveis. as fontes são tão fiáveis como o sangue de galinha, unhas de velhotas de um lar de idosas ou excrementos de crocodilo fermentado… transformadas em 0s e 1s… a omnipresente e toda poderosa world wide web.
resultado: este ano vai ser um grande ano para mim. ah.. sou carneiro. Todos estão de acordo: astralis.es, euroresidentes.com, grátis-ya.com ou horoscopogratis.com. Saturno está alinhado com uma gaja boa e Júpiter tem umas luas muito interessantes… algo assim do género. Só há uma coisa que me assustou… um dos cartomantes prevê que me case ou fique comprometido este ano. Não quero. Quer dizer… não estou disposto a esse sacríficio pelo bem do alinhamentos dos planetas. Já basta não ter mudado o curso das coisas na minha última viagem ao passado.

Voltarei a este tema ainda este ano… podia ir viver para as Canárias e tornar-me um místico!
 
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sexta-feira, janeiro 19, 2007
O peixe e o mercado
«Há clínicas em Portugal que são 'slot machines' de ganhar dinheiro», Maria José Morgado, numa conferência na Assembleia da República, organizada pelo grupo parlamentar do PS, 17 de Janeiro de 2007.

Pode uma Procuradora-Geral Adjunta participar, num colóquio, sem que se dissocie a pessoa do cargo que exerce?

Morgado é séria, corajosa e rija. Mas tem um defeito: não perde uma oportunidade para vender o seu peixe. E, neste caso, o peixe não devia ter saído da lota, quando o mercado é de todo o povo-consumidor.
 
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Cartaz
Fonte: Blog do Não.
 
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quinta-feira, janeiro 18, 2007
QREN – Queres Rir Entre Nós?
José Sócrates apresentou o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O PM quer «mais e melhor» na aplicação dos 21,5 mil milhões de euros de fundos comunitários que irão vir de Bruxelas entre 2007-2013. Alguém acredita que a história não se irá repetir, numa versão francamente mais moderna? Os agricultores não vão comprar mais todo-o-terreno; os empresários das PME não vão dar mais formação inútil e arrecadar umas massas para pagar a boda das filhas e as casas dos filhos; as multinacionais não vão mais aproveitar para se instalarem em Portugal, na medida em que já deram o salto para os países emergentes; o Metro do Porto, já terá mais dificuldades em pedinchar uns tostões para se expandir a todo o custo (experimentem fazer uma viagem Porto/Póvoa de Varzim e vão sentir o pecado). Quantos engenheiros do sul partiram para construir a grande obra do Norte? E porque tê-lo-ão feito?

Foi um forrobodó. Vai sê-lo, outra vez. Os derradeiros euros da União Europeia vão ser gastos na OTA, TGV e no potencial humano (educação/formação)? Qual potencial? As escolas ensinam com professores precários. As universidades formam estudantes que o mercado não pode e não quer absorver. O TGV vai ter o mesmo trágico destino que a linha do Norte e os Pendulares: será um sorvedouro de rios de dinheiro. A OTA será o elefante branco da próxima década.

Não aprendemos nada. Uma minoria enriquece, a população continuará a queixar-se. Quando a Europa disser que se esgotaram os incentivos, perceberemos que vamos atrelados na última carruagem de um comboio enorme. Lá bem atrás.
 
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terça-feira, janeiro 16, 2007
Just think about it...
"You don't marry someone you can live with,
you marry the person who you cannot live without."

Author unknown
 
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segunda-feira, janeiro 15, 2007
Sun-Rays-Saturdays Post
A propósito dos 10 Grandes Portugueses
D. Afonso Henriques

Afrontou a própria mãe para fundar um país. Assim nasceu um estado: de um parto muito difícil. O guerreiro deu o berço a um povo. Freud não terá explicação para este caso. Afinal, o complexo de Édipo não se aplica ao 1.º rei de Portugal.

Álvaro Cunhal


Lutou contra a maior ditadura do século XX na Europa. Ousou organizar uma resistência num Portugal adormecido e amordaçado. Foi preso e matou e roubou como todos os cativos. O seu maior erro foi querer acorrentar um povo que não queria mais largar o valor liberdade.

António de Oliveira Salazar

Se da guerra nos livrou, do desenvolvimento moderno nos afastou. Tivesse sabido sair de cena e o seu papel na página da história teria sido outro. Para a memória, ficará a sua vida associada à PIDE, ao assassínio de Humberto Delgado e à guerra colonial.

Aristides de Sousa Mendes

Num país de umas dúzias de diplomatas eternamente privilegiados, Sousa Mendes é a antítese da diplomacia: a vida humana e individual está acima dos interesses do Estado. O seu passaporte para o reconhecimento é a intemporalidade: porque não nos podemos esquecer que o cônsul salvou milhares de vidas de um destino a que milhões não conseguiram escapar.

Fernando Pessoa

Não tenho dúvidas: é para mim maior que Camões. E é-o pela capacidade em multiplicar vidas, pela escrita, pela criação. Melhor que tudo: soube interpretar o coração de um povo. E mais ainda: nunca teve subsídio do Estado para fazer obra em Portugal. Deus quis que este homem sonhasse, para que no fim a obra nascesse.

Infante D. Henrique

Sem ele, esqueçam a empresa dos Descobrimentos. Sem ele, esqueçam o objectivo de dar novos mundos ao mundo. Sem Infante D. Henrique o mar ainda barraria nas fronteiras do medo e do desconhecido.

D. João II

Assinou o Tratado de Tordesilhas. Quem é que alguma vez conseguiu dividir o mundo em duas partes? Nessa altura o mundo era diferente, mas o poder passava, pois, pelo domínio dos mares. Para mar dos nossos pecados...

Luís de Camões

O nosso Homero teve uma vida tão cheia de sonhos como de pesadelos pessoais. Hoje já não há armas nem barões assinalados, há uma praia lusitana de traumas e de atrasos. E com engenho e arte, já Camões nos avisara…

Sebastião José de Carvalho e Melo

A contradição entre a vontade do promotor da Lei da Boa Razão e o Portugal da segunda metade do século XVIII é abismal. Marquês de Pombal sabia bem o que era começar do nada, com regra e esquadro. Renascer das cinzas, Lisboa deve-lhe esse feito. Um profeta das realidades que expulsou os profetas do além.

Vasco da Gama


É símbolo do alcance de todos os impossíveis. E modelo da busca de todas as maravilhas longínquas. Pela confusão de sabores que nos trouxe, Vasco da Gama será mais que um ponte entre duas civilizações: o traço da descoberta do mundo em nós próprios.
 
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sábado, janeiro 13, 2007
consequente até às últimas consequências
esqueçam este blog...
 
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sexta-feira, janeiro 12, 2007
Aborto
Argumento:
«Ainda durante a sessão de apresentação do movimento «Diz não à discriminação», o jurista Paulo Oneto considerou que o que está em causa no dia 11 de Fevereiro é permitir ou não que aconteçam várias «discriminações», nomeadamente a «discriminação em relação ao pai».
«Uma mulher casada no regime de comunhão de adquiridos precisa do consentimento do marido para vender a casa ou o carro, mas para se desfazer de um filho não precisa de qualquer consentimento do marido», afirmou, lamentando que, se o «sim» vencer, «o direito passe a tratar melhor as coisas do que os seres humanos». »

Fonte: Portugal Diário.
 
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quinta-feira, janeiro 11, 2007
Música no coração
A RFM, a rádio preferida dos trintões [em idade ou espírito] decidiu colocar em prática a ideia peregrina de pedir aos seus ouvintes para eleger a melhor música de todos os tempos. Os resultados foram divulgados no último dia de 2006. No primeiro lugar ficou "one" dos U2, algo que nem me admirou pelo consenso que a música e a banda têm não só em Portugal mas, porventura, em todo o mundo. Aliás o u2 foram a banda mais citada no ranking das 300 músicas. 12 Canções. São uma amálgama de qualidade e mediatismo. Arrisco-me a dizer que são a banda preferida das estações de rádio que ampliaram em muito a fama que Bono e amigos tinham no início dos anos 90.

O horror e a tragédia vêm logo a seguir. Vejamos: Melanie C leva o terceiro lugar com " the first day of my life". Ok é subjectivo. Eu sei. Mas.... Por Deus.... A Melanie C fez a terceira melhor música de sempre? Beatles, Neil Young, Edite Piaf, ABBA e tal?

No 4º lugar outro portento da música de todos os tempos: André Sardet com "Foi Feitiço". Acredito que sim. Só um feitiço muito marado era capaz de colocar aquela música honesta e sem brilhantismo no 4º lugar. Num 4º lugar qualquer. Mas aqui era diferente...eram todas as músicas feitas desde sempre, enfatizo. E isso inclui as compostas e cantadas pela Aimee Mann, Louis Armstrong e Frank Sinatra. Quais quê? André Sardet desta vida!

a lista lá se desenrola com naturalidade beneficiando claramente os hits do momento. Quanto aos Queen... já não se aguenta.

Outras notas: Beatles nem vê-los. Genesis nada. Nirvana desconhecidos....

Uma referencia especial para o nº 136. Bittersweet simphony – the verve. Da lista apresentada, talvez a melhor. Ou pelo menos um lugar no top5.
 
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Saúde doente
O Governo pondera aplicar um novo imposto na Saúde. O fim dos subsitemas é sensato. Agora, aplicar mais um tributo, para salvar o Serviço Nacional de Saúde – alega a comissão para a reforma do SNS – é mais um golo na própria baliza. Não percebo como se podem atacar os problemas de um sector, pensando que com taxas e mais taxas se podem resolver os males da Saúde em Portugal. O ministro tem o dever de atacar os lucros exagerados do lóbi farmacêutico, de obrigar os profissionais a registarem a assiduidade, pela via das impressões digitais; não pode é pensar que é com o encerramento de maternidades, centros de atendimentos e hospitais, aplicando taxas de internamento, aumentando as taxas moderadoras, e todas as medidas engenhosas, a Saúde vá melhorar.

Infelizmente, a impressão que as pessoas têm não podia ser mais arrasadora: a Saúde está pior, porque quem quer consulta no médico do SNS, direito básico que assiste ao contribuinte, têm de aguardar meses, ou vai ao privado e paga do próprio bolso.

Só no estado em que a Saúde se encontra se explica que os privados se tenham lançado em força nos seguros de saúde, hospitais e clínicas. Uma mina de ouro, para um país com a Saúde doente e um ministro deslocado.
 
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terça-feira, janeiro 09, 2007
Lisboa - e onde?
Antes de pesquisar no Google, ou de consultar o mapa-mundo, sabe em que país fica Dakar? Sabe mesmo? Hesitou, não foi?

Por estes dias, sabemos que África existe. Tudo, porque o Norte do continente-berço, é palco do maior espectáculo de 4 rodas do todo-o-terreno. 250 motos, 187 carros e 88 participam na competição.

Ano Novo quase que se associa ao outrora Paris-Dakar. E até há quem queira associar o evento ao Euromilhões. No dia 21, saberemos quem ficou excêntrico ao subir no pódio. E o Lisboa-Dakar é uma excentricidade?
 
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And now for something completly important
A saga da Floribella vai durar todo o ano de 2007 segundo uma revista cor de rosa da qual não me lembro o nome. Pelos vistos, o principe Frederico vai ter um acidente de avião e morre tal como os pais [deve ser genético] e Flor nunca vai casar com ele. Entretanto, a pérfida, maléfica e podres de boa, Delfina tenta por todos os irmãos menores num cológio interno para ficar com a herança do falecido.

Só que, eis senão quando, chega um tutor, um jovem galã transferido de outra novela para cuidar dos petizes e torna-se o novo principe da tripeira. Fim.

Achei que vocês deviam saber.
 
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segunda-feira, janeiro 08, 2007
Babel

Quatro mundos diferentes, num universo que à partida devia não ter tantas discrepâncias. Num canto do mundo, o telefone é o único de laço de ligação com o exterior, o derradeiro meio de comunicação da aldeia. Noutro, onde o sol se põe, o telemóvel é o equipamento eleito para o confronto com a vida das relações diárias.

Num lugar, passar-se a fronteira significa alcançar-se um certo estilo de vida, por vezes, ingrato. Noutro, ficar é, antes de mais, acomodar-se a uma vida com pouca esperança, agarrada apenas a tradições dos antepassados.

Em todos os lados há um viver: seja nas montanhas dos chacais, na cidade dos suicídios… O traço comum ao planeta é o terror pelo terror, ou o medo que devemos ter dos governos. A genuinidade pode levar ao caos e a fragilidade surge inesperadamente.

Mais que em globalização, podemos falar em pedaços de universalidade. O mundo não é assim só feito de contrastes. Também há sentimentos iguais, com a família a polarizá-los. Em Babel, toca-se os céus pela via dos sentimentos. Uma porta para onde se abre a compreensão de uma terra, que é também nossa.

A não perder, numa sala de cinema perto de si. Realizador: Alejandro González Iñárritu.
 
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sexta-feira, janeiro 05, 2007
O Manhoso afinal tem um clone!
Desculpem, meus amigos... sei que deveríamos estar a falar de coisas sérias, mas ontem fui ver o Apocalypto, um filme realizado pelo Mel Gibson (não é como Braveheart ou o Patriota!) sobre a batalha entre os índios. Um filme sério e cheio de tensão... mas, passados 5 minutos já não há tensão que resista, porque depois do Manhoso aparecer no filme.... é só partir o côco a rir! Não pude mais deixar de pensar que podia ser o nosso Manhoso a entrar num filme de índios. MANHOSO!!!! Tu tens um irmão gémeo que vive na selva do México... acreditem.... não é uma leve parecença... é ele... o nosso Manhoso e vestindo só uma tanga!!!!
 
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quinta-feira, janeiro 04, 2007
A estupidificação da morte
Pergunta: a morte de uma vida humana prejudica a humanidade?
Resposta: se dúvidas existem em saber se a morte de Saddam prejudicou alguém, elas dissipam-se na ideia simples de que, no limite, também não beneficiou quem quer que fosse. E mais ainda outra conclusão: com a corda não se fez Justiça, porque a Justiça não se faz com cordas atadas ao pescoço. Quando muito, com a Lei - e a Lei no Iraque é a que os Estados Unidos querem que seja. Se o ocupante fosse contra a pena capital, Saddam não teria morrido e teria de conviver todos os dias da sua vida com o passado cruel que protagonizou.

Era previsível que alguém iria registar o momento. E quem o fez, ao contrário do que possamos pensar, faz mais pela Justiça que o colégio de juízes que proferiu a sentença: «Enforquem-no».

A estupidificação da morte não está em registar ou ver o acontecimento na íntegra. Está sim em pensar que a pena de morte apaga os problemas do passado iraquiano ou sequer atenua os problemas do presente, servindo de lição.

Quando uma administração americana de bom senso deixar o Iraque para os iraquianos fazerem o que querem do seu país, veremos em que estado estará aquele pedaço do mundo. Se nessa altura as câmeras não estiveram por lá, os telemóveis vão estar de certeza e talvez aprendamos alguma coisa. E o «assunto Iraque» continuará a ser um problema. Ainda que à distância, sim… à distância de um atestar de depósito, porque a cobiça em dominar os poços de petróleo perverteu por completo as relações diplomáticas e comerciais entre os povos. O estado do desentendimento da humanidade está no mesmo patamar que a cotação do crude: em alta, de recorde em recorde, até que o ouro negro encontre alternativa. Até lá, que a natureza seja complacente. E que já não seja tarde demais...
 
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terça-feira, janeiro 02, 2007
Live hanging...
Não sei quantos de vocês estavam entusiasmados com o corre-corre da CNN e da BBC antes do enforcamento secreto do Saddam. Era uma correria pra saber quando ele ia ser executado, por quem e onde. Todos o queriam ver pendurado... ainda hj não sei como não tivemos um enforcamento em directo... era tudo perfeito... afinal... o grande malvado ia morrer e todos os males do mundo iam ser enterrados com ele. Mas, o grande malvado morreu... foi enforcado e tem até direito a 1559 vídeos no youtube da sua execução.
Confesso que fui curiosa e quis ver tudo até ao fim... mas não consegui, fechei a janela da net... não consegui mesmo. Nem sei sequer se o vídeo mostrava tudo até ele ficar pendurado. Quando vi as imagens na TV não pude deixar de sentir compaixão por ele. Acho que sentiria compaixão por qualquer pessoa na situação dele. Afinal... foi morto pelos antigos amigos.
 
Lavrado por Thelma at terça-feira, janeiro 02, 2007 | Permalink | 6 Comentários extraordinários