segunda-feira, outubro 31, 2011
Sem consequências

Ups, enganaram-se na pista. [Um avião aterrou no aeroporto errado. Seis quilómetros separam os dois locais de "pouso", e o engano é explicado por uma "falha operacional"].
 
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Pó esquecido

Eu sei que não sou um homo sapiens exemplar, muito longe disso. Sei que me esqueço frequentemente dos meus antepassados e de todos os entes que conheci os passos queridos e o rosto doce, ou quase nada, até dos vizinhos, e mais velhos, e com eles vivi a primeira fase do desenvolvimento físico e da formação da personalidade, a infância. Li uma notícia no “Expresso” (n.º 2035) e fiquei incrédulo pela dimensão estatística: mais de metade dos restos mortais em sepulturas temporárias nos cemitérios de Lisboa são abandonados pelos familiares. Nem sequer reclamam os restos mortais. Não estou a fazer um julgamento social, estou apenas a tentar compreender a veia freudiana do homem para o esquecimento inconsequente e para a indiferença propositada. Aquela máxima do carpe diem tem o seu lado ontológico cruel: concentrados que ficamos diante do agora, erguemos a vida com muros silenciosos do passado (ou temor do futuro) e das origens mais primárias, as biológicas.
Bem sei que por causa da religião e da mentalidade cultural, as pessoas vivem no Norte, a homenagem à morte como um ritual necessário e regenerador (e sempre doloroso nos Dias de Todos os Santos). Seguir porventura em frente é uma escolha, como se a morte fosse a curva trágica que devemos fintar. “Viver a correr” não justifica “morrer de vez” para aqueles que já não têm necessidades fisiológicas e batimentos cardíacos.
Imaginemos que todos os livros que temos em casa, em especial as obras que já não sabemos sequer onde se encontram e mesmo assim, insistiamos em ignorá-las. Melhor: devíamos gravar-lhes o seu derradeiro encontro com a inutilidade e o total abandono, porque já conhecemos todas as letras e todas as manhas e todas personagens, capítulo a capítulo. Livros e antepassados é uma comparação injusta, é. Mas os maços de linguagem e as histórias do mundo ainda existem entre as nossas vidas: queremos o mesmo para os ossos e as memórias daqueles que nos seguraram ao colo e um dia tiveram de cumprir com o ciclo natural? Vita brevis!

 
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terça-feira, outubro 25, 2011
Os aviões do futuro
Ora digam lá se isto não é uma poderosa visão do futuro. Aviões que vão para lá das nuvens e dos nossos sonhos, com vista para os continentes e oceanos. Aviões teleguiados a partir do solo - sim, sem tripulantes! -, movidos a energia solar, que alcançam uma velocidade superior a Mach 5 e "aerodinâmica" em forma de ganso.
Na imagem, temos aquele que será o Supersonic Green Machine, o concorde do século XXI como li na legenda do "Expresso" on-line. By Lockheed Martin e NASA.
Ver aqui e também aqui.

 
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domingo, outubro 23, 2011
Olho por olho...

Até os criminosos merecem um julgamento sério e imparcial. Aquele que premiu o gatilho sobre a cabeça e/ou o ventre de Kadhafi fez mais o fácil, mas deixou que se fizesse o mais importante: justiça. Se a nova Líbia nasce das execuções sumárias e dos linchamentos populares, o que aí virá será um faroeste de balas perdidas e acertos de contas. E muitos inocentes irão pagar com a própria vida, antes sequer de respirarem o ar puro de uma democracia livre. Ver para crer.

 
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quinta-feira, outubro 20, 2011
Muammar Kadhafi

Os regimes podem acabar como sempre começaram: com sangue. Muitos tiranos morrem como sempre viveram: fixados na própria loucura, distantes de um tempo que nunca compreenderam e auto-convencidos de que são os heróis eternos e intocáveis. Um dia descobrem que a mortalidade não é um lugar ausente, mas uma porta para todos. Muammar Kadhafi, um excêntrico como todos os ditadores, é capturado e abatido como as ratazanas nojentas que se escondem entre tocas. Kadhafi, que acusara os opositores de estarem a destruir a sua Líbia e o seu poder já em estado de podridão, junta-se a partir de hoje, ao filet mignon da História negra (Ceausescu, Saddam Hussein, Mussolini, Hitler, Mao Tsé-Tung, Pol-Pot, Milosevic, Franco,…). E, no fim, há sempre uma imagem dos primeiros momentos em que os povos se vêem livres dos ditadores transformados em corpos mortais em estado de decomposição. Dia 20 de Outubro de 2011, mais do que o homem que governou a Líbia como se fosse uma tenda durante 42 anos, apaga-se um símbolo desprezível.

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ROSAT

Há a chuva de estrelas e agora existe a chuva de satélites. Um satélite de raios X alemão está em rota de colisão com a Terra. Previsão "satelitológica" do Centro Aeoroespacial Alemão: deverá cair no próximo fim-de-semana, em qualquer parte do Planeta. O ROSAT, que é do tamanho de um automóvel, foi lançado em 1990 e pesa cerca de duas toneladas. É muita massa em queda.


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sábado, outubro 15, 2011
Uma crise que é de todos




Cada um deve pôr a mão na consciência e analisar o que fez ou faz para que chegássemos a um ponto em que não sabemos muito bem o que queremos uns dos outros. Mas convenço-me, cada vez mais, que muitos protestam em nome de um certo "canibalismo" social, outrora a chamada luta de classes: os ricos que paguem a crise, é o que ouço muitas vezes, quando na verdade são muitos mais aqueles que levaram a este quase-caos. Todos. E se alguns não têm culpa directa, foram co-responsáveis a partir do momento em que foram apáticos e coniventes e viveram num circo de ilusões. Enchiam estádios de futebol no Euro 2004 ou pensavam que era com exposições sobre Oceanos que ficariamos ricos e felizes para sempre... Até ao dia em que tivemos que pedir fiado à Europa e ao mundo [é absolutamente incompreensível pensar que a "troika" é o nosso carrasco, quando ela só cá está porque não soubemos ser crescidos, sérios e responsáveis... e ainda nos paga o prato de sopa que comemos].
Muitos milhares que se indignam contra o actual estado de coisas querem também um estilo de vida que, aliás, sempre os acompanhou. Querem um mundo de fantasias? Primeiro, a igualdade não existe, e só serve quando lhes dá jeito, porque se aqueles que a apregoam, deviam pensar que a igualdade é tanto para pobres como para ricos. Segundo, o fanatismo advém desde logo da precipitação de raciocínio. Fanáticos são os extremos, tanto da esquerda como da direita, e que querem liderar (ou minar) os protestos.
Indignados de todo o Mundo uni-vos, sim, mas não esqueçais que os problemas não estão só nos outros. Está como sempre esteve: em cada um de vós. Acabou-se a era do carro no parque da faculdade, a casa paga a 120 por cento com crédito do banco, que ainda deu para o carro, o emprego para uma vida de sol a sol, ou a reforma eterna.
Tudo tem um preço: em Portugal, o tempo das auto-estradas, pontes, viadutos, cidades de patos-bravos, centros comerciais, importação, consumo opulento, férias lá fora ou no Algarve de cá de dentro, está a chegar ao fim. Prefiro chamar-lhe nova etapa, de mais responsabilidade, porque basta olhar para os impostos que iremos pagar.

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quinta-feira, outubro 13, 2011
"Oh my god! My BlackBerry is not working!"
O BlackBerry deixa de enviar sms e o mundo goes mad! Milhões de pessoas perdem negócios, namorados, maridos e até a vida, porque não receberam a sms que deveriam ter recebido. Isto sim, é o início da Terceira Guerra Mundial. Ora façam-me um favor! Thank god for Nokia! :-)

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terça-feira, outubro 11, 2011
Bielorrússia
Há um estado da Europa que pratica a pena de morte como se fosse uma prática humana, justa e dissuasora. Chama-se Bielorrússia e por lá os prisioneiros são avisados minutos antes de que irão levar com uma bala na nuca. É o modelo que poderemos de designar de Via Verde para a Justiça Rápida.
Quem pensa que a crueldade fica por aqui, desengane-se, porque os corpos das vítimas não são sequer devolvidos às famílias e são enterrados em parte incerta, que o Estado guarda como um segredo nacional.
Bem-vindos à Bielorrússia das balas concretas e das valas colectivas. Ontem, 10 de Outubro, foi Dia Mundial Contra a Pena de Morte, e eu prefiro livros de ficção. E de História. Mas anoto a realidade: Minsk também é Europa e fica a 3220 km de Lisboa.

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Fogo na Europa
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker anuncia que os credores poderão ter de "perdoar" mais de 60 por cento da dívida grega. Uma afirmação que podia ser apenas uma questão inofensiva de números, mas não é. A partir do momento em que se defraudam as expectativas entre duas partes - um credor e um devedor -, está lançada a guerra do "se ele não paga eu também não o vou fazer"... Guerra financeira nada legítima, mas de destruição massiva.
Alguns credores vão arder e quem vai pagar é o "bonus pater familias". O cidadão médio europeu que se cuide! Esta Europa é o mais parecido que encontro com uma granada entre as palmas das mãos, mas já sem cavilha.

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segunda-feira, outubro 10, 2011
Bacalhau panado com batatas fritas
Acabei de saber, pelo Jamie Oliver, que o "fish and chips" é de origem luso-judaica. Isn't that marvellous?!

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sábado, outubro 08, 2011
Um lugar
"Cause somewhere there's a place where we belong". A música estava certa. Há sempre um lugar para nós, longe ou perto. Há sempre um metro quadrado ou cúbico, de terra ou de mar, onde pousamos os pés, e com as mãos estendidas até ao sol, derrubamos as ondas.
I was born before the seas.

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Educating Essex
No mês passado o Channel 4 começou a emitir uma série, que diz ser documental, sobre uma escola em Inglaterra. Basicamente, o que eles mostram é o dia-a-dia de uma escola. Está tudo feito de uma forma, que eu acho brilhante. Cativa bastante o espectador. O primeiro episódio é o melhor, porque dá-nos a conhecer a realidade dos alunos e professores. Gostava de saber a opinião dos professores portugueses, para saber se, por acaso, esta imagem é real em Portugal. Vejam, vale mesmo a pena. Educating Essex.
 
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sexta-feira, outubro 07, 2011
É por estas...
... e por outras que Portugal chegou a uma situação de pré-bancarrota e de derrota geracional. Nos últimos 90 dias, o aeroporto de Beja recebeu 164 passageiros (não, não falta nenhum zero - é mesmo, cento e sessenta e quatro).

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quinta-feira, outubro 06, 2011
Steve Jobs

Declaração de intenções: nunca comprei qualquer equipamento ou gadget made by Apple. Afirmação intencional: sei pelo menos o que é um Macintosh (em certa medida, depois do Spectrum 128k, foi a primeira máquina que me ensinou a linguagem dos computadores e me levou à descoberta da Internet).
Declaração final: talvez seja exagerado em falar no Leonardo da Vinci moderno, mas podemos aproximar Steve Jobs do Alexander Graham Bell ou do Wernher Von Braun da tecnologia multimedia.
Imperdível o discurso-lição-de-vida "You've got to find what you love".

 
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terça-feira, outubro 04, 2011
Prémio Nobel da Física 2011

Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess são os três vencedores do Prémio Nobel da Física 2011. Contributo para a humanidade: descobriram que o Universo está a expandir-se de forma acelerada… E agora, a minha curiosidade: o Universo expande-se para onde?
Saul Perlmutter nasceu em 1959 em Champaign-Urbana (Illinois, Estados Unidos) e é professor de Astrofísica na Universidade de Berkeley, Califórnia.
Adam Riess, nascido em 1969 em Washington, é professor de Astronomia e Física na Universidade John Hopkins de Baltimore (Estados Unidos).
Brian Schmidt nasceu em 1967 em Missoula (Montana, Estados Unidos) e dirige um grupo de trabalho que se dedica a pesquisas sobre supernovas, na Universidade Nacional Australiana de Weston Creek.

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domingo, outubro 02, 2011
Toonpool.com
Demasiado interessante para desconhecer. Webpage dedicada aos cartoons. Do poder do desenho, do lápis, da cor e da mensagem pictórica. Universal. Enjoy the World of Cartoons.
 
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Tesouros escondidos da Europa
"A Comissão Europeia deu prémios de excelência em turismo sustentável (EDEN) a 21 destinos europeus", pode ser-se no início desta notícia do "Expresso". Vale sempre a pena sonhar com estes lugares.
O Parque Nacional do Faial é o único canto português contemplado. Aqui, veja a fotogaleria.
 
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sábado, outubro 01, 2011
O Brasil que ignora Portugal
Da mesma forma que temos uma ideia errada dos brasileiros, também os brasileiros têm uma visão deturpada de Portugal. São os desencontros incompreensíveis entre duas culturas. Passar por cima - ou ao lado - de Portugal, significa perder a oportunidade de conhecer um lugar e um povo que também é do Mundo. Aqui.

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