quarta-feira, outubro 28, 2009
1991
Para mim o ano que separa a terna infância da juventude tortuosa. 1991 é o ano de grandes resoluções, o ano em que fiz 15 anos de vida e as borbulhas se apoderaram da minha cara por 3 anos. Em 1991, o liceu estava em grande, o Nelson Piquet correu o seu último Grande Prémio e apareceu o dominador futuro Schumacher. Saddam e Bush sénior estavam em guerra. A Carla Sofia voltou a subir-me à cabeça, e comecei o interessante hábito de faltar às aulas até estar tapado. Os meus pais fizeram casa nova. Lembro-me do primeiro nevão lá. Saí às 23:30 pelo frio de Janeiro para brincar no manto intacto. Ainda posso sentir a sensação. A URSS implodiu para grande contentamento do meu pai. Nessa altura havia algumas formas de ser cool na escola e eu não dominava nenhuma delas. Não tinha mota, não tinha namorada e não tinha banda. Como seguramente não ia saborear as duas primeiras tão cedo, virei-me para a música. Mais do que hoje, a malta definia-se por aquilo que ouvia. Os tótós ouviam Whitney Houston, Phil Collins [eu gostava bués] e Bryan Adams, os "fixes" tinham bandas mais "radicais" como os Guns and Roses, Metallica, Van Hallen, U2 ou Pearl Jam. Não gostava de nenhuma dessas e por isso fui à procura da banda que me ia posicionar entre os "fixes" e "Modernos" deslizando para todo o sempre [pensava eu] do Universo "totó". Os Nirvana pareciam-me muito desafinados, por isso comecei a prestar atenção aos REM. Alternativos o suficiente para me catalogarem de "especial" melódicos que baste para curtir uma desilusão amorosa, foram o caminho natural na busca pela identidade pessoal e social. Há os REM antes de Losing my religion e depois de Losing my religion, a música que os atirou para o estrelato e fez deles, efectivamente, a maior banda do íncio dos anos 90. Obrigado rapazes. Mantiveram-me saudável muitos e bons anos.
Lavrado por Ice-device at quarta-feira, outubro 28, 2009 | Permalink | 0 Comentários extraordinários