segunda-feira, novembro 09, 2009
Sem muros, amanhã
«O homem nasce livre mas em toda a parte encontra-se acorrentado».
Jean-Jacques Rousseau

A história de Berlim mudou a 9 de Novembro de 1989. A Alemanha voltou a acolher o meio-irmão, separado durante 28 anos, por ideologias e medos entre dois blocos, dois modos de domínio do Mundo. Recordo-me do início da queda dos 155 quilómetros de parede desmiolada. Lembro-me dos momentos de felicidade dessa noite em que milhares de alemães de Leste queriam passar para o lado ocidental (um ângulo diferente, com um estilo de vida tão desejado). Mas o que mais me toca em Berlim, e o muro, são as tentativas dramáticas de muitos alemães que, ao tentarem saltar o betão ou zonas com arame farpado, tombavam pelo preço de um sonho, da fuga para a nossa liberdade. Eram travessias isoladas e é daqueles que não conseguiram escapar com vida que nós devemos evocar, hoje (os números referem-se a 125 vítimas).
No nosso tempo, ainda existem por todo o globo muitas áreas proibidas/divididas (Coreia, Chipre, Cisjordânia, Ulster, Marrocos/Ceuta e Melilla, Índia/Caxemira/Bangladesh, EUA/México, Rio de Janeiro). Basta perceber que onde quer que existam homens há a tentação para apartar. Até quando? Até que aqueles que herdaram as fronteiras riscadas por outros percebam que nada é mais forte que a união dos povos.

A melhor reportagem que encontrei sobre este acontecimento: aqui (texto) ali (fotografia).
 
Lavrado por diesnox at segunda-feira, novembro 09, 2009 | Permalink |


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