quarta-feira, abril 21, 2010
Da natureza das coisas
Primavera. Há aquele cheiro no ar que promete vida nova e cerejas. Foi um Inverno à antiga. Grande. Frio. Cizento. Escondido e visível nas trevas. A natureza é mesmo assim. Comanda o nosso estado de espírito comanda a forma como vivemos. O sol que agora está lá fora transforma o mundo e dá-lhe a memória de tempos idos. Dá-ma a mim, pelo menos. Na Primavera a minha mãe faz anos. Era nesta altura que, ainda estudante de liceu, eu pensava ser capaz de tudo, fruto da vida que rebentava por todos os cantos do meu planeta. Ainda é um pouco assim quando me concentro. Precisava de uma Primavera só minha. Mas olhando à volta o Mundo atravessa-se na busca pela natureza: testes, aulas, decisões, o PEC, a Grécia na bancarrota, o deprimente novo álbum do Pedro Abrunhosa, o doutoramento em compasso de espera. E eis senão quando, vindo de nenhures, um vulcão que ninguém sabia que existia e de que ainda ninguém sabe o nome [tratamo-lo carinhosamente por vulcão Islandês] nos coloca a todos de acordo, fazendo-nos apreciar a nossa insignificância.
 
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