domingo, agosto 29, 2010
Sete por cima do tecto
São sete planetas. E formam mais um, algures, outro sistema solar. Com sete, a 127 anos-luz. Fica na constelação de Hydrus, e é visível apenas no hemisfério sul, para nosso azar…
Confirma-se, segura-se a hipótese: o universo é uma caixa de surpresas e a maior delas é a insignificância do que sabemos. Nunca mais acaba, neste conceito linear que temos de distância entre aqui e ali.
Com estas descobertas, adormecem-se as palavras de Raul Brandão, em Húmus: «Debaixo destes tectos, entre cada quatro paredes, cada um procura reduzir a vida a uma insignificância. Todo o trabalho insano é este: reduzir a vida a uma insignificância, edificar um muro feito de pequenas coisas diante da vida. Tapá-la, escondê-la, esquecê-la. O sino toca a finados, já ninguém ouve o som a finados».