quinta-feira, dezembro 04, 2008
"Jóia, não ligues bóia!"

O Governo nacionalizou o BPN. Agiu com sensatez, salvaguardando os interesses dos Estado e de milhares de depositantes da classe média que iam sendo enganados por meia dúzia de artistas. A intervenção junto do BPP é, pelo contrário, inaceitável. Não por ir em auxílio de um dito banco de ricos, mas porque, anula todo um princípio de uma economia com depositantes livres: quem investe em produtos de alto risco deve estar preparado para ganhar…. e perder… dinheiro. Agora, sim, as indústrias do Vale do Ave, e tantas fábricas de zonas deprimidas de Portugal têm razões para pedir o seu quinhão. Estão a provocar-nos e ainda nos tomam por parvos. Mais: no que respeita às garantias bancárias, expliquem por que é que a banca – que reafirmava a sua solidez financeira – vai dar como contrapartida comissões muito baixas, em proporção com a taxa de juro que qualquer titular de um crédito pagaria face a um empréstimo que contraísse? Exempolo: o BES vai pagar 14 milhões/ano por uma garantia de 1,5 mil milhões (ou seja, 0,948%, um valor bem abaixo do que muitos spreads que por aí se praticam)? Badaró diria: Abreu, dá cá o meu?"

Uma última nota: o pacote de apoio à indústria automóvel é outro caso em que os jornalistas deviam, no mínimo, questionar Manuel Pinho. Porque vejamos: como se apoia um sector, quando o Orçamento de Estado aumenta os impostos sobre os automóveis - na compra e na circulação- e as deduções para o abate de veículos velhos são para inglês ver, já que apenas abrangem meia dúzia de carrinhos de baixa cilindrada?! Badaró responderia: "Jóia, não ligues bóia!"...
 
Lavrado por diesnox at quinta-feira, dezembro 04, 2008 | Permalink |


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