quarta-feira, maio 13, 2009
Othar
É uma das mais poderosas lendas. Conta-se que por onde o cavalo de Átila passasse, a erva não voltava a crescer. Othar, assim se chamava o cavalo, encarnava a força guerreira do rei dos Hunos. Ora, Othar parece ter regressado dos confins da Europa Central. Há jardins, nesta cidade, onde a relva não cresce. Há rotundas que mais parecem pauis nos dias de chuva. Há crateras em vias onde circulam carros. Há passeios onde é possível jogar ao dominó com as pedras. Há autênticas obras de arte, improvisações surrealistas e labirínticas, de operários que criam passagens para os carros circularem, sem que isso corte os cabos de electricidade e obstrua os canos de evacuação de entulho. Com os agentes da autoridade a complicarem a circulação. Oh, Othar, se Átila foi o “Flagelo de Deus” no seu tempo, Lisboa é nesta época o caos urbanístico da portugalidade!
 
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