segunda-feira, maio 02, 2011
O medo
Osama Bin Laden era o rosto da mais poderosa organização de aniquilação de inocentes à escala global. Dez anos de perseguição culminaram no golpe final ao inimigo n.º 1 da América. Pessoalmente, prefiro a captura de terroristas… para serem julgados por outros homens, de acordo com as leis. Uma hipótese que caiu agora por terra.
Quatro notas sobre os efeitos da operação que eliminou o líder da Al-Qaeda.
Está assegurada a reeleição de Barack Obama em 2012. O Presidente dos EUA conseguiu o ponto de viragem para a inversão dos estudos de opinião. Terá apenas que centrar-se nas questões caseiras e fazer uma gestão diplomática da retirada progressiva da América dos palcos de guerra. Já tem o seu trunfo!
Em segundo lugar, a morte de Bin Laden não significará sequer o princípio do fim do terrorismo, porque como demonstram os atentados recentes em Marrocos, cada vez mais, os actos terroristas cometem-se com uma simplicidade de meios técnicos e são facilmente dissemináveis. Nenhum de nós pode sentir-se totalmente seguro quando a detonação de uma bomba se faz com a mesma facilidade com que se compram jogos de computador. Por isso, teremos, no curto prazo, atentados aos interesses americanos e ocidentais perpetrados por seguidores de A Base. No longo prazo, só o desenvolvimento, o diálogo e a tolerância poderão ajudar a minimizar os episódios de violência terrorista.
Gostaria que a chamada luta do Bem contra o Mal e o terrorismo não servissem de pretexto para alimentar indústrias de guerra e a violação de direitos e liberdades. Uma coisa é termos serviços de inteligência operacionais, forças de segurança apetrechadas e uma estratégia concertada entre Estados, para lidar com fenómenos de violência cega, outra é venderem-nos o desígnio de que as armas resolvem o assunto. Só resolveriam se eliminássemos todos os homens.
Finalmente, o principal problema continua a ser a falta de adaptabilidade do Islão ao mundo secular. Certas correntes continuam a encarar o mundo a partir de uma versão de colete de forças: a verdade deles é única e de fora ficam os que pensam de forma diferente?! Enquanto não percebermos que entre Judeus, Cristãos e Islâmicos há um terreno único, com mais diferenças que antagonismos, não haverá sossego no Planeta. Enquanto o caos do Médio Oriente não encontrar uma solução duradoura entre Israel e a Palestina não haverá paz. Mais ainda, enquanto existirem madrassas que formam jovens que incitam à violência e defendem a islamização de todo o mundo, estaremos perante um grave problema: o medo condicionará os passos da nossa vida.
 
Lavrado por diesnox at segunda-feira, maio 02, 2011 | Permalink |


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