quinta-feira, abril 09, 2009
80 passos*
Bem, o mar é a arte do efémero, do improvável, da ilusão. Há uma certa cadência das ondas, um compasso das marés. Convergimos para um determinado ponto, onde o mar se cruza com o horizonte, e, aí, no tudo, descubro, em vão, um abrigo íntimo para o que secretamente me comove. O mar é uma concha tranquila. Salga-me, remove-me as lágrimas do imediato instante que sou (ou me tornei). O mar é assim: a arte do efémero, do improvável, da ilusão.
* 80 passos é a distância que encontrei, na areia, entre a preia-mar e baixa-mar.
Quem és tu?