terça-feira, março 01, 2011
Talvez La Fontaine revisitado
Zézinho tem junto da sua casa duas agências bancárias: a Mercados & Agências de Rating (MAR) e a Fundo Europeu de Estabilização & FMI Cruel (FEEFMIC). A primeira oferece crédito com uma taxa acima dos 7 por cento. A segunda, garante-lhe um custo fixo de 5,8 por cento. Ambas exigem-lhe um pacote adicional: seguros, cartões de crédito, aplicações financeiras diversificadas,..
É verdade que a MAR tem gestores de conta aborrecidos e inconstantes, mas atentos, que, por vezes, cobram valores que, em dias difíceis, fazem Zézinho pensar duas vezes: "será que devo continuar a ter casa que tanto gosto?”, interroga-se Zézinho.
A FEEFMIC faz exigências, é severa. Por exemplo, só empresta dinheiro, se Zézinho deixar de jantar tantas vezes no restaurante mais caro da cidade (nada de lagosta e muito menos Beluga). Zézinho reconhece ainda que não pode continuar a fazer três cruzeiros por ano e a sustentar os dois carros de alta cilindrada que alterna entre a garagem – porque a gasolina está cara – e as deslocações para o trabalho, mais o iate que embeleza a marina.
Atolado de dívidas, Zézinho tem um dilema: quer preservar a casa dos seus sonhos, mas agora tem um pesadelo. Precisa forçosamente de abdicar de um estilo de vida que julgava eterno. Era tão bom viver como o seu primo alemão, que emigrou há 20 anos para a Baviera industrial e rica, mas agora, Zézinho está num sarilho... O que deve fazer?
 
Lavrado por diesnox at terça-feira, março 01, 2011 | Permalink |


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