quinta-feira, outubro 20, 2011
Muammar Kadhafi

Os regimes podem acabar como sempre começaram: com sangue. Muitos tiranos morrem como sempre viveram: fixados na própria loucura, distantes de um tempo que nunca compreenderam e auto-convencidos de que são os heróis eternos e intocáveis. Um dia descobrem que a mortalidade não é um lugar ausente, mas uma porta para todos. Muammar Kadhafi, um excêntrico como todos os ditadores, é capturado e abatido como as ratazanas nojentas que se escondem entre tocas. Kadhafi, que acusara os opositores de estarem a destruir a sua Líbia e o seu poder já em estado de podridão, junta-se a partir de hoje, ao filet mignon da História negra (Ceausescu, Saddam Hussein, Mussolini, Hitler, Mao Tsé-Tung, Pol-Pot, Milosevic, Franco,…). E, no fim, há sempre uma imagem dos primeiros momentos em que os povos se vêem livres dos ditadores transformados em corpos mortais em estado de decomposição. Dia 20 de Outubro de 2011, mais do que o homem que governou a Líbia como se fosse uma tenda durante 42 anos, apaga-se um símbolo desprezível.

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Lavrado por diesnox at quinta-feira, outubro 20, 2011 | Permalink |


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