Segunda-feira à noite assisti a um dos debates mais animados dos últimos anos na televisão portuguesa. Manuel Maria Carrilho, Emído Rangel, Pacheco Pereira e Ricardo Costa expuseram, cada qual ao seu jeito, as suas opiniões, sobre o livro lançado pelo ex-candidato derrotado à Câmara Municipal de Lisboa.
Sobre os protagonistas da noite:
Manuel Maria Carrilho: Ainda não li o livro [aliás, estou à espera que o próprio Carrilho mo ofereça]. Confesso que tenho alguma curiosidade em lê-lo. Muita, aliás. A imagem que tenho do ex-ministro da Cultura é aquela que Pacheco Pereira sintetiza na máxima: quem pela imprensa vive, pela imprensa morre. Não quero com isto menosprezar a craveira intelectual do Prof. da Universidade Nova. Agora, acima de tudo, tenho de Carrilho a impressão que foi uma criação dos media. Talvez uma criação de aviário, como o próprio Carrilho diria... Tenho, contudo, de dar a palmatória a algumas feridas assinaladas por Carrilho no seu livro: a promiscuidade entre os media e certos interesses económicos, a manipulação, ora deliberada, ora por ignorância de ditames básicos da comunicação,...
Ricardo Costa: Não duvido do seu sentido ético e de responsabilidade. Creio que o maior defeito do director da SIC Notícias é pensar que domina tudo, que sabe tudo e que tudo vai acontecer como prevê. Ricardo Costa é um verdadeiro arquitecto no jogo de poder da Impresa e da SIC. Não gosta de ficar atrás. Acima dele, só mesmo Balsemão e Alcides Vieira [e, quanto a este, tenho dúvidas relativamente ao poder de facto]. Em 2001, na guerra na SIC protagonizada entre Rangel vs Nuno Santos, Ricardo bateu com a porta, para depois regressar. O seu outro problema é o silo em que está inserido. Passo a explicar: a secção de Política da SIC é um autêntico feudo isolado do resto da redacção. Sofrem de uma doença crónica: complexo de superioridade. Julgam-se os maiores... E por isso espatifam-se com regularidade.
Emídio Rangel: Levantou diversas feridas sobre o modo como o jornalismo é feito em Portugal. Esqueceu-se todavia que esteve 10 anos na SIC e que em certa medida é também responsável por um certo modo de reportar o dia-a-dia das nossas vidas.
Pacheco Pereira: Esteve lúcido e acertou no âmago de muitos factos. Pacheco sabe expor como poucos o pensamento que o assola.
Também vi o programa. Partes. O Carrilho tem razão. MAs o livro dele é apenas uma questão de agenda setting. Se ele tivesse ganho não o publicaria.
É como diz o pacheco pereira: Não se pode querer usar os media para nos favorecer e depois criticá-los só porque as coisas não correram como nós queriamos.
O problema do carrilho é que ele não é democrático o suficiente para admitir que pode perder contra alguém que ele não considera da sua craveira intelectual.
Estas eleições deram cabo do ego dele. e por isso ele quer vingar-se publicando um livro cheio de verdades que toda a gente sabe à boca pequena.
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