Chamar-lhe «banqueiro dos pobres» é quase um absurdo, tal é o «perigo» da primeira palavra. Irmão dos pobres é talvez o melhor atributo que encontro para o Prémio Nobel da Paz de 2006. Banqueiro é aquele que só empresta dinheiro a troco de uma remuneração compensatória, e Mohamed Yunus nunca quis nada em troca.
Yunus fez mais que a UNICEF, que qualquer ONG, a União Europeia e muitos dos ditos filantropos do planeta. Limitou-se a desmontar a tese de que só se deve emprestar dinheiro a quem aparentemente esteja em condições de o receber e saiba passar, vagamente, os olhos pelas cláusulas contratuais dos empréstimos bancários. Yunus deu uma oportunidade aos pobres, através de uma das maiores invenções da civilização: o crédito.
O fundador do banco Grameen (banco das aldeias) pôs também no mapa um país: o Bangladesh. Onde quer que este país fique, reconfortante é saber que naquele território, além das monções e das cheias constantes, há também quem se lembre dos «esquecidos» e os ajude a encontrar um rumo de vida, ou seja, a pescar. Uma esperança mais poderosa que todas as armas financeiras do mundo.
At 6:58 da tarde,
At 12:28 da tarde, Sara
Porque nao dao o nobel ao ice-device?