quinta-feira, abril 05, 2007
Cá se faz, cá compramos
Vamos começar por esclarecer o contexto. A Universidade Independente vive momentos terríveis. Guerras internas para controlar a instituição redundaram no caos, com alunos em desespero e professores desacreditados. Só na segunda-feira, 9 de Abril, saberemos ao certo que ovo da Páscoa dará o ministro Mariano Gago à UnI: se o perdão e a oportunidade para renascer das cinzas ou o fim, ditado pelo encerramento compulsivo da instituição.
Um jornal decide investigar a fundo as pontas do currículo do primeiro-ministro. O primeiro sinal de fumo, sobre alegadas irregularidades da licenciatura de José Sócrates que conheço, remonta a 7 de Março de 2006, num artigo da autoria de Fernando Sobral (Jornal de Negócios, intitulado «O neurónio tecnológico»).
(Estranho que o caso leve tanto tempo a ser investigado pelos media).
Em cada dia que passa adensam-se as dúvidas. Os factos são mais ou menos estes: quatro das cinco cadeiras exigidas para obter o grau de licenciado foram ministradas pelo mesmo professor; a 5.ª cadeira foi dada pelo reitor; o certificado foi emitido num domingo pela filha do reitor; cartões, faxes e uma carta foram remetidas com o papel timbrado da secretaria de Estado do Ambiente; e hoje sabe-se que José Sócrates foi o único diplomado no ano de 1996.
A reacção do chefe do governo é típica de quem perdeu a cabeça (terá Sócrates rabos de palha?): limitou-se a ligar aos directores das redacções, queixando-se dos boatos de que estava a ser vítima (depois de num primeiro momento - e aí agiu bem - ter dado total liberdade de investigação ao jornal Público).
A pergunta que faço é simples: o que acontece quando se descobre que um funcionário público se candidatou a um concurso com base em habilitações forjadas, ou se quisermos, com habilitações duvidosas? Não tenho dúvidas quanto à resposta…
Se é verdade que Sócrates não se candidatou a o que quer que seja por ser diplomado; porém, recordemos que o PM não é um simples funcionário público: é a cabeça da Administração Pública.
Um jornal decide investigar a fundo as pontas do currículo do primeiro-ministro. O primeiro sinal de fumo, sobre alegadas irregularidades da licenciatura de José Sócrates que conheço, remonta a 7 de Março de 2006, num artigo da autoria de Fernando Sobral (Jornal de Negócios, intitulado «O neurónio tecnológico»).
(Estranho que o caso leve tanto tempo a ser investigado pelos media).
Em cada dia que passa adensam-se as dúvidas. Os factos são mais ou menos estes: quatro das cinco cadeiras exigidas para obter o grau de licenciado foram ministradas pelo mesmo professor; a 5.ª cadeira foi dada pelo reitor; o certificado foi emitido num domingo pela filha do reitor; cartões, faxes e uma carta foram remetidas com o papel timbrado da secretaria de Estado do Ambiente; e hoje sabe-se que José Sócrates foi o único diplomado no ano de 1996.
A reacção do chefe do governo é típica de quem perdeu a cabeça (terá Sócrates rabos de palha?): limitou-se a ligar aos directores das redacções, queixando-se dos boatos de que estava a ser vítima (depois de num primeiro momento - e aí agiu bem - ter dado total liberdade de investigação ao jornal Público).
A pergunta que faço é simples: o que acontece quando se descobre que um funcionário público se candidatou a um concurso com base em habilitações forjadas, ou se quisermos, com habilitações duvidosas? Não tenho dúvidas quanto à resposta…
Se é verdade que Sócrates não se candidatou a o que quer que seja por ser diplomado; porém, recordemos que o PM não é um simples funcionário público: é a cabeça da Administração Pública.
É aceitável que os alunos da Universidade Independente – os actuais e os já diplomados – possam ver manchada a sua vida académica, com a falta de credibilidade a que a UnI está a incorrer, por causa de todos estes episódios? E mais ainda: quantos de nós, ficámos pendurados por causa de duas ou três cadeiras, quando sabemos que José Sócrates – e desse facto, já não se pode livrar, a fazer fé nos documentos conhecidos –, se serviu do estatuto de secretário de Estado para obter o canudo?
O mérito em ter chegado a primeiro-ministro não pode ser desvalorizado. E o povo escolheu José Sócrates secretário-geral do PS, e não o engenheiro civil, para ir para São Bento. Agora, não se pode tentar abafar uma alegada charlatanice que paira neste modo de actuar do senhor Pinto de Sousa. É que Sócrates até pode estar a ser levado na enxurrada de uma instituição sem futuro, mas isso não significa que não queiramos saber (toda) a verdade. Esta impõe-se em nome do interesse público.
Se algum dia se chegar ponto de tudo isto vir a ser objecto de investigação pelas autoridades, e os tribunais avançarem com o julgamento do caso, é chegada a hora de dar a oportunidade a Sócrates para concluir os títulos académicos que bem entender... Não me importo nada de ter um PM que não seja engenheiro; não quero é um ilusionista feito em potestade inquestionável, sequer que possa ter mentido desta forma tenebrosa.
(Noutras alturas, as manchetes de O Independente já tinham feito cair ministros. E desta vez, não se passa nada?)
Lavrado por diesnox at quinta-feira, abril 05, 2007 | Permalink |
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