Sinto-me obrigado a voltar à polémica da licenciatura do PM, por três razões.

1.ª Logo pela manhã, o RCP anuncia que já em 1993, o PM constava, na biografia dos deputados, como licenciado em engenharia civil - grau que, afinal, só obteve três anos depois. A SIC dá destaque pelas 13h00. E a Lusa reage pelas 15h26?

2.ª Vejam, por exemplo, este pedaço do take da Lusa: «A polémica em torno da Universidade Independente atingiu o primeiro-ministro cuja licenciatura em engenharia civil foi questionada, depois de terem sido noticiadas alegadas falhas no seu percurso académico, como documentos de equivalências sem carimbo e assinaturas, ou discrepâncias entre as notas constantes na pauta e as que aparecem no certificado de habilitações.» O verbo «atingir» é interessante. Se pensarmos bem, a alegada não-verdade do título «engenheiro» remonta a 1993 (e nessa altura ainda não havia a UnI). Para quê misturar o que se passa na UnI com o que se passou com as qualificações do chefe do Governo?

3.ª Há qualquer coisa de estranho nesta polémica. A Sonae a vingar-se, via Público, do fracasso da opa sobre a PT? A resposta de alguns jornalistas, face à tentativa de o Governo em querer mudar as leis da imprensa e o relacionamento dos jornalistas com a liberdade? Ou tudo meras coincidências?

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Mas, por agora, nada mais do que ler a notícia SIR-8907172 da Lusa (que não disponibilizo, por se tratar de um serviço pago).

Por mim, isto nunca cairia em saco roto. Porque há estudantes que se esforçam para passar de ano e não concluem os seus cursos a meio do plano curricular. Porque não se servem do papel timbrado das suas actividades profissionais para trocarem correspondências com os seus professores. E porque Sócrates não é propriamente uma pessoa qualquer. Se engenheiro deixou de sê-lo, primeiro-ministro ainda o é. Até ver...