segunda-feira, junho 02, 2008
1994
O petróleo custava uns 15 dólares. As gravatas eram, genericamente, pirosas. A minha mãe andava de Renault 4 branca. O Pedro Abrunhosa era o máximo. O Benfica ganhava o campeonato. As universidades eram uma quimera e um sonho que muitos não conseguiam realizar. O mundo chorava por Ayrton Senna e Kurt Kobain. Os telemóveis eram para uma minoria com centenas de contos para gastar num telefone. O Francisco Louçã era presidente do PSR. Eu afundava-me em tristeza, dúvidas e arrependimentos. A WORLD WIDE WEB acabava de ser criada. No Ruanda 800 mil pessoas são mortas e quase ninguém quer saber. Eramos todos espantosamente mais novos. O Rui Pedro era o nosso colega com carro que fazia piões à porta do liceu. Fui pela primeira vez a França. Tinha esquematizadas no cérebro 95 páginas de apontamentos de filosofia nas quais se explicavam os pensamentos de Kant, Hegel, Kierkegaard e Nietzche. Ir à feira de S. Mateus em Viseu era uma das coisas mais fixes que uma família podia fazer. Nevava consideravelmente mais, e o sol que batia nas paredes da minha escola era o mais aconchegante do mundo.

Os Grant Lee Buffalo cantavam este "honey don't think" na idade de ouro do Rock/Grunge americano.

 
Lavrado por Ice-device at segunda-feira, junho 02, 2008 | Permalink |


1 Comments:


At 4:41 da tarde, Blogger Sara

Eu tinha 13 anos e já ia para as matinés das discotecas, todas as sextas-feiras, como um ritual religioso. Viva a inocência!