quarta-feira, junho 11, 2008
Estado de piquete
O Estado de piquete quer derrubar o Estado de direito, irmão do Estado ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos). De repente, este Governo acordou para a crise. Tarde. Não aprendeu com os episódios dos professores e dos pescadores. Sócrates nunca pensa global, muito menos sabe o que é agir local.

Vamos ao global: a crise dos combustíveis põe a nu o modelo económico e social em que vivemos. Falido, ponto final. A bolha especulativa dos agiotas ditos liberais não rebenta e quando os Chineses descobrirem que além do prato do arroz, há bife para acompanhar, será a vez de a carne faltar nos talhos. Não foi assim com o leite e com os cereais? O Ocidente ainda não percebeu que há intermediários a mais na actividade comercial. Não percebeu que a mão invisível dos cadernos não funciona no mercado das coisas. O Ocidente parece estar a dormir sobre o travesseiro do stabilsment da Bruxelas burocrática e da tragédia de governação dos poderes centrais.

A seguir, virá o caos do Estado social: quando o poder de compra das classes médias e a reforma dos pensionistas forem insuficientes para as contas do dia-a-dia, talvez nos lembremos que há um grupo de privilegiado com reformas de luxo, com dinheiro lavado nas off-shore, com a riqueza roubada ao erário público via concursos públicos.

Local: os camionistas devem queixar-se antes de mais dos dirigentes das empresas onde trabalham. Enquanto os lucros eram altos, os empresários nunca se lhes estenderam a mão. Não houve, como se diz, partilha. Agora que os custos fixos disparam, querem que sejam os condutores de camiões a dar a vida por uma guerra que vai secar as bombas de combustível e esvaziar as prateleiras dos hipermercados?

Esperem para ver… Divirtam-se com o Euro 2008.
 
Lavrado por diesnox at quarta-feira, junho 11, 2008 | Permalink |


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