Houve fases vigorosas e etapas trágicas. O actual momento aproxima-se mais da última parte da frase anterior. Dá-nos volta ao estômago, provoca-nos repulsa por tanta crosta colectiva. Que fazer com o que está torto ou que já nasceu mal tratado?

Há uma palavra que evito, todavia, recorrer: crise. Todos gostam de a proferir, como se o substantivo servisse para justificar todos os males que nós fazemos ao Portugal que era suposto amarmos. Diria, antes, respeitarmos: com amores assim, Portugal e o regime que o suporta - qualquer que seja - não vai longe... Não é preciso ser profeta, bastam dois dedos de testa para concluir que um dia o céu há-de cair-nos em cima. O céu e a terra que alimentam tais vícios da pátria...
Como uma roda que não pára, a República move-se pelos valores que ainda soubermos preservar. Pela Paz, pela Liberdade, pela Tolerância e pela Ética. Se ao menos soubéssemos conviver com estes ingredientes republicanos, talvez o povo brindasse com outro ânimo o 5 de Outubro de 2010. E por isso não me canso de perguntar: tem o povo aquilo que merece?

Parabéns, República! [Com sinceridade, sem ironia!]