Os aviões são as minhas máquinas predilectas e mais respeitadas. Mas, às vezes, conhecem imprevistos. Raros, eles dão-se. Por isso, a manutenção não é um luxo, é um imperativo. O tempo também é um mistério. Voar por cima do mar pode também assustar. Ora, quando estamos enfiados na cabine de um avião, pouco podemos fazer: é confiar nos profissionais da companhia, na agilidade da máquina. A Air France é uma empresa de excelência, não tenho dúvidas. Lamento a perda irreparável das 228 pessoas que iam a bordo de um avião com quatro anos e 19 mil horas de voo. Dilaceram-se-nos os corações estas interrupções da rotina. São voos com um desfecho que nem o próprio Deus voador consegue evitar. A ciência dar-nos-á os esclarecimentos necessários para memória futura.