segunda-feira, junho 05, 2006
Contradições
Em 2002, o país estava de tanga, advertia Durão Barroso. Em 2005, Portugal encontrava-se à beira do abismo, acusavam os críticos de Santana Lopes. E em 2006, o país de Sócrates está em que estado?
Vem isto a propósito de uma curiosidade momentânea: estando o país em crise, em tão situação de ruptura, como se explica que os festivais de música de Verão estejam a abarrotar de jovens e menos jovens?
O Rock in Rio-Lisboa foi aparentemente um êxito de bilheteira, sendo que para 2008 a capital portuguesa será palco de mais uma edição. O Super Bock, Super Rock – que termina no próximo fim-de-semana – será, ao que tudo indica, também um sucesso de facturação.
Confesso que há situações macroeconómicas cujos contornos microecnómicos não consigo encontrar causa segura. Nem mesmo certas explicações me satisfazem. A saber: se as taxas de juro estão em subida, o petróleo já passou os 70 dólares o barril, a inflação acima dos 2%, e os rendimentos congelaram de vez, em suma, o poder de compra já teve melhores dias, onde é que as pessoas vão buscar 50 euros para um bilhete de festival de música? Onde vão, eu já sei – ao bolso dos pais, à prenda dos avós, à mesada do tio emigrante -, mas onde se inspiram para tamanha coragem?
Não suporto ver as pessoas queixarem-se de que tudo está mal, e depois arranjam sempre uns 50 euritos para ouvir a Shakira cantar My hips don´t lie ... e não têm 1000 euros para pagar propinas? Não sei quem mente mais, se as hips ou os lips…
Vem isto a propósito de uma curiosidade momentânea: estando o país em crise, em tão situação de ruptura, como se explica que os festivais de música de Verão estejam a abarrotar de jovens e menos jovens?
O Rock in Rio-Lisboa foi aparentemente um êxito de bilheteira, sendo que para 2008 a capital portuguesa será palco de mais uma edição. O Super Bock, Super Rock – que termina no próximo fim-de-semana – será, ao que tudo indica, também um sucesso de facturação.
Confesso que há situações macroeconómicas cujos contornos microecnómicos não consigo encontrar causa segura. Nem mesmo certas explicações me satisfazem. A saber: se as taxas de juro estão em subida, o petróleo já passou os 70 dólares o barril, a inflação acima dos 2%, e os rendimentos congelaram de vez, em suma, o poder de compra já teve melhores dias, onde é que as pessoas vão buscar 50 euros para um bilhete de festival de música? Onde vão, eu já sei – ao bolso dos pais, à prenda dos avós, à mesada do tio emigrante -, mas onde se inspiram para tamanha coragem?
Não suporto ver as pessoas queixarem-se de que tudo está mal, e depois arranjam sempre uns 50 euritos para ouvir a Shakira cantar My hips don´t lie ... e não têm 1000 euros para pagar propinas? Não sei quem mente mais, se as hips ou os lips…
é pá, Hips don't lie até é uma música com balanço....
Tudo tem a ver com as prioridadades de cada um, e com a as coisas que compramos que nos fazem felizes.