segunda-feira, março 28, 2011
Bola redonda e mentes quadradas
Todos os homens gostam de futebol. Quase todos. Todos os homens têm um clube. Quase todos. O futebol está no ADN do latino, especialmente. Já o clubismo é uma irracionalidade, uma selvajaria. Não compreendo que adeptos de futebol se agridam ou pratiquem actos de violência física e verbal. Seja entre clubes adversários, seja dentro da própria “família”. É simplesmente uma falta de bom senso, e que as autoridades deviam punir exemplarmente (já que as instituições de futebol fingem que nada se passa). Não me venham dizer que é tudo “calor”, “exacerbar de posições”, “momentos de virilidade” e todos esses palavreados que branqueiam o disparate, o crime e a violência. O futebol é um desporto, uma arte para gozo das pessoas. Envergonha-me a pós-votação dos corpos directivos do Sporting. Quem não sabe estar à altura da grandeza do futebol deve simplesmente ser afastado das emoções ao vivo e ficar em casa frente ao tecrã. Perder uns dias, ganhar noutros. Mas sempre no respeito pela paixão. E deixem para os tribunais as alegadas irregularidades e conformidades.
Das eleições do SCP ficam algumas notas de estudo importante:
1) Não será mais justa a regra 1 voto por cada sócio? Afinal de contas, a violência gerou-se porque os apoiantes (mais jovens) da candidatura do Bruno de Carvalho viram a sua escolha vetada pela superior capacidade de voto dos mais velhos, que suportaram a eleição de Godinho Lopes. Esta regra actual não favorece uma base de apoio capaz do presidente eleito.
2) Há quem não saibe aceitar a derrota, por mais dura que ela possa ser. Bruno de Carvalho escolheu arrastar a crise de valores que o SCP atravessa alegando irregularidades no processo de votação que ele próprio, quando questionado, não sabe quais são.
3) Gostemos ou não dos ingleses, uma coisa é certa. A Inglaterra tem dos adeptos mais problemáticos e agressivos do Mundo mas tem, também, autoridades que reagem exemplarmente perante este tipo de situações, qualquer que seja a camisola do adepto em causa. As leis e os agentes portugueses que ponham os olhos além-mar.