sexta-feira, maio 26, 2006
O homem das riscas fluorescentes
Alguém viu o seu rosto? Alguém lhe disse apenas Boa noite!
O fato com as riscas fluorescentes facilmente o identifica. Percorre todos os cantos da modernidade: ruas, betesgas, avenidas e praças. Repete, com religiosidade, os mesmos movimentos. Ainda o camião não parou, e o seu pulo assinala a missão que o espera. Agarra nos sacos encostados ao passeio, empurra com o comparsa da faina o contentor entreaberto. Recolhe as sobras mal-amadas. Os braços mecânicos do camião encetam um movimento ascendente. A máquina-glutão petisca um a um os restos da civilização.
Terá o homem do lixo um rosto? Tem pelo menos duas mãos. Bravas. Na noite seguinte, a missão repetir-se-á. E na próxima, e na outra, e em todas as noites em que o homem das riscas radiantes ignorar o que o mundo largou naquele pedaço metálico.
Ao homem das riscas fluorescentes, desejo Boa noite!
O fato com as riscas fluorescentes facilmente o identifica. Percorre todos os cantos da modernidade: ruas, betesgas, avenidas e praças. Repete, com religiosidade, os mesmos movimentos. Ainda o camião não parou, e o seu pulo assinala a missão que o espera. Agarra nos sacos encostados ao passeio, empurra com o comparsa da faina o contentor entreaberto. Recolhe as sobras mal-amadas. Os braços mecânicos do camião encetam um movimento ascendente. A máquina-glutão petisca um a um os restos da civilização.
Terá o homem do lixo um rosto? Tem pelo menos duas mãos. Bravas. Na noite seguinte, a missão repetir-se-á. E na próxima, e na outra, e em todas as noites em que o homem das riscas radiantes ignorar o que o mundo largou naquele pedaço metálico.
Ao homem das riscas fluorescentes, desejo Boa noite!
Bela homenagem aos homens que todas as noites recolhem aquilo que nós estragamos, deitamos fora ou não queremos em casa.
Na minha rua também eles passam por volta das 9:30. muitas vezes estou eu a chegar a casa e eles a trabalhar. são ucranianos, ou pessoas sem instrução. MAs sempre educados, metódicos e cientes do seu trabalho. Na Guarda mesmo quando estão 7 graus abaixo de zero, eles andam lá. todas as noites.
sentemo-nos e admiremos um trabalho sujo e mal pago. Mas que alguém tem que fazer. Boa noite para estes homens.