
O país perde dois grandes "senadores" do conhecimento. E a maior perda é sabermos que Varatojos e Fonseca dão lugar à Floribella e Morangos. É a vida…
Durante alguns dias tentei convencer um amigo a convidar uma miúda para sair. Ah tal é gira… e foi uma conversa fixe… e que boa que está… e tem… bem não adensemos demasiado o assunto antes que se saiba de quem falo. Refiro-me à miúda, está claro. A ideia era simples, mas diferente. um pequeno-almoço. Qual jantar num restaurante com luzes suaves (para não se ver o nervosismo dele e a espinha na testa dela) música de fundo (Kenny G, todo um clássico nestes temas) e dois tansos a tentar desvendar como raio se come a merda da lagosta. Um pequeno almoço. Quando os dois, ainda meio a dormir, se apresentam com a pior cara do dia, altamente necessitados de cafeína e a insultar o empregado de mesa. Que há melhor que um café com leite, um sumo de laranja natural, um para de torradas quentes e um docinho para terminar. Se és um profissional levas a miúda ao melhor hotel da cidade e aí abusam do melhor banquete matutino num raio de 20 km. Se a coisa fluir bem pode ser que o hotel tenha preços especiais para meia hora.
Como alguns de vocês sabem. Outros não. E outros não querem saber destes pormenores para nada. Voltei a ser estudante. Nas últimas semanas tenho aprendido a animar objectos. Mas poucas coisas me têm animado a mim, para além dos Simpsons 14h-15h diariamente; Friends 15h-16h diariamente e Perfect Strangers 03h diariamente.
Hoje, por fim, houve uma notícia que fez com que o frame de entrada e o frame de saída fossem diferentes. Ou seja fui animado. A Ryanair já voa desde Madrid. Ok para vocês o que é que isso importa… se voa desde Madrid, Bratislava ou Pyong atómico? para mim importa e muito. Fui ver preços e encontrei coisas do género: Oslo ida e volta 48 euros. Porto ida e volta 22 euros… paris, um pouco mais caro, 60 euros… Bruxelas, Dublin, um par de terras com nomes estranhos na Inglaterra, marselle, gottemburgo, quem é que nunca quis ir a gottemburgo? Malmö, também na suécia… uma cidade muito estranha na dinamarca… e se gostam da liga dos campeões e têm algum interesse no futebol holandês avancem até eindhoven. Como podem ver, sofro daquilo a que se chama de síndrome da dispersão anacrónica. fui feliz quando recebi a notícia. Claro isto tudo está muito bem e tal. Mas é que a coisa não ficou por aqui. Este meu amigo, que serve como cobaia para as minhas ideias e falta de talento para as pôr em prática, foi logo confrontado com uma proposta de convite para sair. Queres fazer uma directa comigo em Paris? Parece arrojado. Até mesmo de filme. Já vejo o Don Johnson, no papel de multimilionário californiano (já sei que o homem só tem perfil para ser o Sonny de Miami Vice, mas como tem sempre aquele estilo de chulo…) que conhece uma empregada de mesa (sem dúvida representada por J.LO, bold, cor de ouro, sombra incluída)… um amor, blá blá, blá… claro a meio do romance, ele convida-a para UM PEQUENO ALMOÇO EM PARIS… (ele é multimilionário, meu caro) é meia-noite, ela chama-lhe louco, com olhos de caso-me contigo e saco-te metade do dinheiro no divórcio… e claro, vão no jet privado que ele próprio pilota. Vocês afirmam: este gajo viu demasiados filmes da treta e eu digo: pois vi. Queres fazer uma directa comigo em Paris? Este é o convite que tens de fazer, meu amigo. pode parecer caro e tal, mas hoje em dia somos modernos e cada um paga o seu bilhete de avião (60 €) e depois convidas a mademoiselle para um pequeno almoço. Voilá un croissant pour la dame. Merci. 24h sem dormir em Paris… que rapariga se resistiria a esta aventura pensada com um mês de antecedência? E no final do dia que miúda não cairia aos teus pés? Nem que fosse por cansaço!
Chamar-lhe «banqueiro dos pobres» é quase um absurdo, tal é o «perigo» da primeira palavra. Irmão dos pobres é talvez o melhor atributo que encontro para o Prémio Nobel da Paz de 2006. Banqueiro é aquele que só empresta dinheiro a troco de uma remuneração compensatória, e Mohamed Yunus nunca quis nada em troca.
Yunus fez mais que a UNICEF, que qualquer ONG, a União Europeia e muitos dos ditos filantropos do planeta. Limitou-se a desmontar a tese de que só se deve emprestar dinheiro a quem aparentemente esteja em condições de o receber e saiba passar, vagamente, os olhos pelas cláusulas contratuais dos empréstimos bancários. Yunus deu uma oportunidade aos pobres, através de uma das maiores invenções da civilização: o crédito.
O fundador do banco Grameen (banco das aldeias) pôs também no mapa um país: o Bangladesh. Onde quer que este país fique, reconfortante é saber que naquele território, além das monções e das cheias constantes, há também quem se lembre dos «esquecidos» e os ajude a encontrar um rumo de vida, ou seja, a pescar. Uma esperança mais poderosa que todas as armas financeiras do mundo.